quarta-feira, 1 de junho de 2016

Alunos da primária levaram canas de pesca para o SeaLife

Quando souberam onde era o passeio da escola, os pais, em vez de prepararem o farnel, ensinaram os filhos a pescar e mandaram-nos trazer comida para o jantar. Nessa noite, em São Firmino, houve que comesse caldeirada de tubarão e sopa de nabiças com tartaruga.

Zefinha do Almeirão diz que foi o pai quem ensinou o filho a pescar no aquário de casa.

Na última sexta-feira, os funcionários do conhecido aquário do Porto não ganharam para o susto. Os alunos daNa última sexta-feira, os funcionários do conhecido aquário do Porto não ganharam para o susto. Os alunos da escola primária de São Firmino foram lá fazer o passeio da escola e entraram todos equipados com canas, carretos e cestos de pesca.

Durante as duas horas da visita, as crianças sãofirminenses pescaram várias espécies e, no final, grelharam-nas num fogareiro improvisado, no Castelo do Queijo. Ao que tudo indica, a culpa será dos pais que, este ano, optaram por não preparar o tradicional farnel.

“Olhe uma coisa, a nós as professoras disseram que o passeio era a um sítio onde havia muito peixe, na zona do Porto. Ora, a gente pensou que fosse para aí a lota de Matosinhos. Para que é que havíamos de fritar rissóis e panados se a canalha é só deitar a cana de pesca e sai logo uma tainha”, disse a Susaninha do Almeirão, mãe de um dos alunos.

Outras mães mostraram-se orgulhosas com o jeito dos filhos para a pesca. Foi o caso da Zefinha do Pomar: “Ai, que categoria que aquilo é. Nessa noite jantámos uma sopinha de coive-nabiça com tartaruga que foi de comer e chorar por mais. Já não gostei tanto da caldeirada de tubarão porque o bicho ficou mal passado e ainda deu uma ferradela no braço do meu hóme”.

As professoras admitem que estranharam quando viram as crianças a entrar para a camioneta sem as habituais mochilas e geleiras. Em vez disso, levaram canas de pesca e latinhas de minhocas. A direção da escola admite agora abrir processos disciplinares.

O motorista de autocarro, Tony das Carreiras, saiu entretanto em defesa dos alunos: “Esteja calado que se não fossem eles nós a esta hora ainda estávamos lá no Porto. À vinda embora a camioneta não queria pegar e os moços foram lá dentro, trouxeram duas enguias elétricas, ligaram-nas à bateria e o motor pegou que foi uma maravilha”.

Há também o caso de um pai que nega as acusações que recaem sobre o seu filho: “É mentira. O meu Rodrigo Mickael não levou cana de pesca nenhuma… levou mas foi um camaroeiro que eu pedi-lhe para me trazer uns chocos. Assim fazemos o chamado dois em um: traz o jantar e aproveitamos a tinta dos chocos para carregar a impressora que anda há dois meses sem tinteiro”.

Este não é o primeiro incidente em estabelecimentos deste género, que envolve pessoas de São Firmino. Em Agosto do ano passado, a família do Tozé da Churrasqueira foi apanhada pelos seguranças do Zoomarine, no Algarve, a tentar meter um golfinho na mala do carro, com o objetivo de o assarem na brasa e comerem com arroz malandrinho.

© Paulo Jorge Dias

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